domingo, 8 de julho de 2007

Fim!

Este blog acabou. Talvez um dia eu faça outro. Meu penúltimo post não podia ser melhor: uma sincera homenagem!

Homenagem!


Olha a pose de escritor do Zézim!

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Citações

"Aparentemente insignificante e ridículo diante da barreira que o oprime, [o trabalho poético] mostra-se eficaz e adquire significação social, apesar de seu isolamento, pois é capaz de produzir mudança mesmo em face do maior bloqueio. Ainda que mínimo, o ato poético participa na criação do destino humano, faz história.
[...] o ato poético é também um ato político, pois faz pensar na mudança ou com ela sonhar mesmo em meio ao bloqueio mais terrível. [...]"
"Diferentemente da metamorfose kafkaniana, que pesa para sempre como a condenação irreversível a um bloqueio absoluto, adiando infinitamente todo encontro e reduzindo à mera virtualidade todo gesto redentor, a saída de 'Áporo' parece a brecha de alguma esperança ('em verde') para um ato no limite da impotência. O poeta acaba por achar escape; dá com a reta via ao refletir sobre si mesmo, pois só assim reencontra a força geratriz da própria poesia."
ARRIGUCCI, Davi. "Dificuldades no trabalho - Sem saída". Coração partido: uma análise da poesia reflexiva de Drummond. São Paulo: Cosac & Naify, 2002.
(artigo sobre o poema "Áporo", de Carlos Drummond de Andrade)

sábado, 30 de junho de 2007

Paródia

Elétron, elétron, ínfimo elétron.
Mais ínfimo é meu coração.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Partia o pão de sal/ pão francês/ cacetinho pela metade/ a meio. Os anéis de prata com desenho de borboleta minuciosamente trabalhados por um ourives. Deglutiu o sanduíche rapidamente, após inserir na fenda aberta mussarela e presunto de peito de peru, engolindo sem mal mastigar, como um troglodita que temesse outro a disputá-lo a comida. Mãos tão delicadas e gestos tão grosseiros? Mal o bolo de comida atravessou o esôfago, regou tudo com coca-cola (sim, o refrigerante que patrocina a literatura sem pagá-la, como bem disse Clarice) e arrotou em seguida. Dedos tão femininos e modos tão grotescos...

Parte II

Fumou um cigarro em dois minutos, dando um trago atrás do outro, saiu correndo e bateu a porta do banheiro com violência, evacuou um líquido grosso cheirando a fossa aberta.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Janis Joplin no You Tube

Praticamente não vejo nada no You Tube, não gosto de vídeos, quem me conhece bem sabe que nunca fui chegada a uma "TVlisão", mas pra Janis a gente abre uma exce:

http://www.youtube.com/watch?v=4b-y4M_jo-M

(Dedico esse "post" à minha amiga Marina Melo Joplin)

Mandelstam II

Não posso tocar

(tradução de Augusto de Campos)

Não posso tocar, no escuro,
Teu vulto vago e sombrio.
"Senhor!", por erro, murmuro,
Alheio ao que balbucio.

De mim, tal uma ave enorme,
O nome de Deus se evola.
À frente, um abismo informe,
Atrás, vazia, a gaiola.

Mandelstam

A Concha

(tradução de Augusto de Campos)

Talvez te seja inútil minha vida,
Noite; fora do golfo universal,
Como concha sem pérola, perdida,
Me arremessaste no teu areal.

Moves as ondas, como indiferente,
E cantas sem cessar tua melodia.
Mas hás de amar um dia, finalmente,
A mentira da concha sem valia.

Jazerás a seu lado pela areia
E pouco faltará para que escondas
Nessa casula onde ela se encadeia
À sonora campânula das ondas,

E as paredes da frágil concha, pouco
A pouco, se encherão do eco da espuma,
Tal como a casa de um coração oco,
Cheio de vento, de chuva e de bruma...

domingo, 24 de junho de 2007

Amálgama

As borboletas derretiam, toda a sensualidade da natureza escorria, as asas pretas com manchas brancas formavam um caldo cinza...

Bem citado pelo Zé...

... em seu orkut:

"Os livros são objetos transcendentes mas podemos amá-los do amor táctil que votamos aos maços de cigarros"

(Caetano Veloso)


(feito por mim no Corel, quando eu ainda morava em VR)

Ai


Então quando eu gozo eu puxo a noite para dentro de mim como quem abaixa uma persiana...

Pandora



Se a esperança é a última que morre, então depois que ela morre não há mais nada...
(desenho idealizado por mim e feito no Corel pela minha prima Anaisa Guedes Villani)

sexta-feira, 22 de junho de 2007

"(...) um país que massacra e menospreza seus poetas sinaliza uma degenerescência grave no seu estágio civilizatório. Hoje não há decretos nem perseguições. Mas a luta dos poetas continua, em todo o mundo, e outras gerações estão sendo dissipadas, num contexto massificador e imbecilizante, onde os meios de comunicação tendem a nivelar tudo por baixo e a sufocar pelo descrédito ou pelo silêncio as tentativas de fugir ao vulgar e ao codificado."

Augusto de Campos, Poesia da Recusa

Outra campanha

Zé, não se iniba se só a Maíra aderir, afinal só você e ela têm comentado aqui. Pelo menos espero que você se comova com meu "post" e crie logo seu blog...

Fui desenhada

O coração negro de carvão.
A mente expansiva como uma gota de aquarela pingada no papel.
Eles me desenharam.
Eles.
Saí um belo fantoche.

(As pernas,
bidimensionais,
para não saírem andando por aí).

Anti-pinóquio.

quinta-feira, 21 de junho de 2007



Quando eu era criança, bem nova, era apaixonada por quindins. Depois, ainda criança, quando fiquei sabendo que eles eram feitos de gemas de ovos - e já tinha tomado nojo de ovo - parei de comê-los. Hoje ainda tenho um pouco de nojo de ovo, mas não dispenso mais este doce, voltei a ser apaixonada por ele, realmente eu tinha um paladar muito apurado, independentemente do conteúdo viscoso e fedorento por trás daquelas cascas tênues que fazem um barulho crocante quando quebradas.

Eu não disse?

Vejam quem confirmou minhas palavras! (Acho que o Ferreira Gullar anda lendo meu blog - quanta honra!)
Saiu na Folha de São Paulo, dia 10 de junho, 3 dias após um dos meus "posts" dizendo a mesma coisa com outras palavras, ilustrando com com a minha situação específica, que não é tão específica assim, afinal vivida por milhões de pessoas no mundo - não só por brasileiros:
"(...) procura-se fazer crer que a desigualdade é fruto de decisões pessoais. Ignora-se que, no sistema capitalista, quem não tem emprego também está incluído nele, como exército de reserva de mão-de-obra, com a função de pressionar o trabalhador e limitar-lhe as reivindicações."
[Ferreira Gullar - eu assino embaixo (ele só destrinchou mais o que eu quis deixar nas entrelinhas...)]

terça-feira, 19 de junho de 2007

reticências

o futuro não me vale de nada...
só tenho o presente...
(se é que o tenho.
nada me vale no presente)...

Espelho, espelho meu (ou: Desespelho)


De tanto fragmentar-me
perdi-me em estilhaços.
De quantos cacos serei feita?
De quantas plumas de quantos palhaços?
A luz escorre pela rua estreita
refletida por mil pedaços
iluminando a poeira compacta
com a qual eu mais me desfaço.

(foto de: http://www.fotolog.com/anusky84)

segunda-feira, 18 de junho de 2007

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Deus

Dê-me de volta aquela ingenuidade que faz acreditar
que tudo no mundo é fofo.
Que faz o mar de rosas ser tão possível quanto o mar morto.
Que faz acreditar na história do "Menino do dedo verde", que nas armas em que punha as mãos nasciam flores, tal qual o mito do rei Midas, em que tudo o que tocava virava ouro.
Que não somos manipulados idelogicamente 24 horas por dias, seduzidos pelas mais belas mercadorias expostas nas vitrines, enquanto do outro lado da cidade crianças, sujas e maltrapilhas, passam fome...

Emburreça-me, Deus, para que eu não saiba de certas coisas.
Dessensibilizi-me, para que eu pare de sofrer.

A Cantada

Sempre se sentia constrangida naquele momento. Em frente ao thrailer de hot dog, contorcia-se toda para que ninguém visse seu rosto lambuzado, maionese na orelha, no nariz. Um dia, o rapaz mais bonito da faculdade aproximava-se: ela se contorceu ainda mais. Ele chegou bem perto e disse:
– Sabia que você fica uma gracinha maquiada com maionese?
Não era deboche. Era sincero.
(Não que um deboche não possa ser sincero, entenda-se bem).

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Meio termo


"Poucos eram ainda seus anos para ser capaz de entender que, quando o branco fica muito próximo do negro, até tocá-lo, forma-se entre as duas cores uma linha intermediária, uma linha de sombra, em que o branco não é mais branco e o negro não é mais negro. A cor dessa linha chama-se cinza. E, dentro dessa linha, em que as duas cores, casando-se, geram uma terceira, é difícil todas as coisas terem nitidamente vistos seus nome e figura."
(A Ópera Maldita, Andrea Camilleri)

domingo, 10 de junho de 2007

Fotologgers propõem desafio com tema específico

Um grupo de fotologgers se uniu (e tem até uma comunidade no orkut: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=30054187) e fazem uma proposta de um desafio mensal: cada fotologger expõe no seu devido espaço, no dia marcado, uma obra com o tema sugerido para aquela data. A obra pode ser um desenho (digitalizado ou fotografado), escultura, a própria fotografia em si ou o que mais a criatividade permitir. O desafio também está aberto a amadores e "não-artistas", como dito na comunidade. O próximo tema, cujo desafio está marcado para o dia 23 de junho, é uma releitura de "O Grito", de Munch. Em julho o tema é um auto-retrato.

Blogueiros marginais

Ninguém nos lê.
Estamos nos becos da web.
E nem somos um gueto.
Dispersos pelo mundo,
um abismo profundo
se interpõe entre a maioria de nós.
Somos sós:
escrevemos para nós mesmos.
Nossas palavras não valem nada: lixo digital.

Blogueiros do mundo, uni-vos.

sábado, 9 de junho de 2007

Aspirando...


Prum cara filé desse eu também faço "faxina"! (E olha que odeio serviços domésticos!)

Campanha

Comente no meu blog e ganhe um, um... o que mesmo? Ah, sei lá, mas comente no meu blog.

Propaganda gratuita (por enquanto...)

O queijo cheddar fatiado mais cremoso é o da Sadia. Rolinho dele com presunto cozido também da Sadia fica uma delícia! hummmmmmmm... Aviso ao gerente de publicidade da Sadia: se quiserem me contratar, estou disponível.

E por falar em Escher...


... achei isso na net (e achei fascinante!).

Rodapé de naftalina*


Ei-lo, como eu havia prometido.
*parte integrante da exposição Mostruário de Arte ®, da artista plástica Juliana Morgado, e produto a venda pela (copyleft) Juliana & Morgado Inc. para substituir partes da sua casa, assim como os parquetes de Cera Ingleza™ e azulejos com rejunte feito de sangue, suor e cerveja.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Mais reflexão que estética







Muito se fala em fim do processo de criação no mundo das artes. A criação artística não chegou ao fim, muito pelo contrário, atingiu seu ápice ao ultrapassar os limites das molduras das telas e se esparramar em instalações, como na da artista plástica Juliana Morgado, “Mostruário de Arte ®”, que foi apresentada em Vitória (ES), no Espaço Cultural Sala Egydio Antônio Coser, em 2006, e que esbanja criação artística, numa brincadeira irônica com os “conceitos presentes no mercado de arte e no discurso publicitário”, nas palavras da própria artista.
Ao entrarmos na sala da instalação, deparamo-nos com vários textos feitos de letras recortadas em vinil e fixadas nas paredes. Um dos textos diz assim: “Adquira você também o metroquadradoartecontemporânea® (copyleft) Juliana & Morgado Inc.”, após o qual há um “display” com “folders” simulando uma propaganda de produtos fictícios, os quais também ficam expostos em outros três “displays” diferentes. São os produtos: parquetes de Cera Ingleza™ *, azulejos com rejunte feito de sangue, suor e cerveja e rodapé de naftalina**.
Assim, Juliana usa toda a sua criatividade para elaborar uma instalação que questiona a própria arte, rendida já há algum tempo ao meio publicitário (só que, com sarcasmo, ela inverte a equação, fazendo a arte apropriar-se do que dela se apropriou). A arte não chegou ao fim, apenas foi re-criada, reciclada. Para o artista pensante, sempre haverá o que produzir.

* Ingleza com “Z” mesmo! é a marca!
** Pedi para a Juliana me mandar a foto do mesmo, que acho legal ser visualizado. É um rodapé mesmo (uma amostra dele, claro), com um chanfro curvado para dentro na parte superior, só que feito de naftalina – pelo menos simuladamente, hehe. Tem que chegar o nariz perto pra ver se cheira a armário de vovó...
http://www.fotolog.com/julianaemorgado (Tá linkado lá embaixo do meu blog tbm e quem entrar no fotolog da Juliana hj vai ganhar a ótima oportunidade de ler o texto de Ricardo Maurício, Doutor em linguagens visuais pela UFRJ, sobre a mesma obra da artista, Mostruário de Arte ®)
Importante: A Juliana me advertiu que os produtos NÃO são fictícios, ela os vende mesmo, e quem quiser comprar é só contatá-la.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Diga NÃO ao racismo!!!


Para continuar com balões...



Texto em cima de arte de http://www.fotolog.com/kerlimwunderland/:


Perdi no pique-pega...


A realidade tornou-se impalpável, o sonho foi sorvido por nuvens densas, o passado flutua longe e acima de mim; por mais que eu estique minhas mãos, você é inatingível, visível, mas inatingível...

Luna



E ela era apenas um satélite, mas encantava os humanos, inspirando poetas e apaixonados (e poetas apaixonados); virando, direta ou indiretamente, nomes de pessoas; sendo alvo de admiração por parte dos que sabem contemplar; além de influenciar marés, cortes de cabelo, plantações (e outras coisas mais, segundo as "bruxas"), desencadear mitos (Tupã, lobisomem) e, mesmo quando pisaram nela, não perdeu a aura majestosa.

Profissão: Mercado de Reserva


E não subestimem minha "ocupação": sou muito importante para a economia do país...

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Procura-se

Alguém viu a Táia?

Escher



Esse é um dos desenhos de Escher que eu mais gosto (tem outros temas, como as aves, que ele repete muito!). Essa brincadeira da passagem do bi pro tridimensional e vice-versa (circularidade)... o bi se inflando e descolando e se desencaixando pra virar tri e o tri se achatando submissamente para virar uma placa sem profundidade novamente, além da metalinguagem, que me fascina e na época dele não era tão vulgar, como nos dias de hoje... o cara é (porque os artistas nunca morrem) um gênio! Sem falar na cara de mau dos répteis, com aqueles dentinhos afiados, tem um até exalando uma fumacinha pelo nariz, de tão nervoso... aqui num dá pra ver direito, tá pequeno. Visitem: http://www.andriaroberto.com/escher_016.jpg Eu tinha um cartãozinho com essa imagem, meu irmão me deu, ele tinha vários do Escher e pediu pra que eu escolhesse um... mas sumiu. Deve ter sido abduzido no meio da minha bagunça (se meu irmão ler isso ele me mata!)
Para quem se interessar em visualizar a imagem de maneira melhor, salve a foto do link e abra pelo visualizador de imagens e fax do windows.

Conhecimento p... nenhuma!

Só o dinheiro liberta!

(Quem não o tem que o diga!)

Para o Papa Bento XVI:


Do fotolog: http://www.fotolog.com/juliowss/17467683 (Todos os direitos RESPEITADOS - inclusive o de fazer sexo sem ser casado!)

Lula e FHC

Estou lendo um livro (A Ópera Maldita), de um autor italiano (Andrea Camilleri), que não tem nada a ver (a não ser por analogia, já que fala da corrupção na Sicília) com o governo braileiro, mas uma frase em particular (por quê será?) me lembrou FHC e Lula:

"Duas merdas, mesmo que cagadas por cus diferentes, têm sempre o mesmo cheiro e mais cedo ou mais tarde acabam se entendendo."

terça-feira, 5 de junho de 2007

Das besteiras que a gente faz (ou NÃO faz)...

Outro dia, navegando pela internet, sem rumo, saboreando à deriva as ondas da web, ia eu visitando vários fotologs, a maioria expondo trabalhos artísticos. Salvei vários deles, os que mais me agradaram, é claro, mas acho que chegou uma hora que eu já estava saturada e doida pra sair do PC e acabei nem salvando algumas coisas muito boas. Hoje fui procurar um dos que tinham me interessado muito ["espantei-me" diante das obras, como diria Heidegger, com uns desenhos muito bonitos, de traços leves, parecendo esboços, mas acabados (e bem acabados, diga-se de passagem)] e não achei. Provavelmente não o salvei. Que arrependimento! No dia em que salvei tais fotologs linkei o ARKADI200 aqui, na minha lista de links (ainda tá lá embaixo, pra quem quiser conferir). Hoje, enquanto procurava os desenhos, suspeitei que os mesmos fossem dele e que ele tivesse apagado alguns, que ficaram na minha memória, de seu registro. Mas não, acho que não, acho que era de outra pessoa mesmo, e não salvei. Como disse, os traços que me agradaram eram leves, e os do ARKADI200 são fortes. Mas eles têm algumas semelhanças, e a pessoa não é obrigada a seguir sempre o mesmo estilo... Será que, se não foi o ARKADI200 que apagou, eu que não salvei justamente pra ficar uma aura de velamento entre o apreciador da obra (no caso, eu) e a obra? Pra ficar algo idealizado, romântico, platônico? Que absurdo! Tenho que arranjar uma boa recompensa pra quem achar esse fotolog pra mim! Ele valia mesmo a pena! E eu sou uma burra de não tê-lo salvo...
(Hoje, vagando de novo por aí e procurando o tal fotolog, achei outros interessantes e linkei aqui o utopio, tem muitos outros bons mas não quero superpolacionar meu blog de links de fotologs, apesar de existirem muitos que realmente valem a pena!)
Que raiva por não poder ver o belo novamente e me "espantar" diante dele!

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Projeção fálica

... e eu era toda uma faixa de terra coberta por grama fofa e do meu sexo brotava uma árvore frondosa com copa ampla e verdejante. O tronco da planta latejava de um prazer ameno, livre e viril, energia panteísta.

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Fé e contra-fé e o Deus nu


Segundo os estudiosos do assunto, estamos vivendo a época neobarroca, ou seja, estamos vivendo como as pessoas viviam no período barroco. E uma das principais características barrocas é o conflito interno, por exemplo: “devo crer em Deus ou não?” E a dúvida fica latente em sua cabeça e ora você age como se fosse um beato, ora como se fosse um ateu.
Eu sempre me senti muito barroca, mesmo antes de saber que a época atual foi batizada de Neobarroco. Então, diante da apresentação do Papa Bento XVI no primeiro dia em que esteve no Brasil, no estádio do Pacaembu, racionalizava tudo de negativo que essa visita traz, com a maior lucidez, mas não deixei também de sentir uma energia positiva (não, não sugestionada por “musiquinhas comoventes” que eles colocam com esse exato intuito. Mas uma coisa maior, como se, apesar de toda a minha revolta contra um papa que quer a volta das missas celebradas em latim, que apoiou o nazismo e que defende a castidade antes do casamento, mesmo assim a simples presença desse papa no Brasil “me fez sentir algo nobre no coração”, por mais horrivelmente piegas que essa frase possa parecer!). Vai entender? Barroco purinho!



* * *


Mitologia é o nome que se dá às religiões que morreram, como no caso da greco-romana ou da nórdica, cujos deuses ninguém cultua mais, cujos rituais ninguém mais pratica. Do mesmo modo que tais religiões vieram a morrer, o que impede que o cristianismo também não acabe um dia? Se teve um nascimento, também pode ter um fim. O que não necessariamente significa que Deus não existe. Talvez as religiões sejam meios deturpados de se chegar a Deus. E talvez um dia os seres humanos se aperfeiçoem tanto que não precisem mais de religiões para se chegar a Deus. O seguinte trecho do texto “Deuses estagiários”, de Mário Quintana, exemplifica o que quero dizer: “Essas imagens dos deuses mortos são os vestuários sucessivamente usados e despidos pelo Deus único e verdadeiro. Continua, contudo, a existir em vários deuses simultâneos, contemporizando, digamos, com a imagem que dele faz cada raça, religião ou criatura. É um só, mas a estagiar nos múltiplos patamares das civilizações e das concepções individuais”.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

as pessoas acham que é preciso passar fome ou ter um câncer para sofrer, que o sofrimento só pode ser físico...

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Arco-íris em bastões esguios



Lápis de cor agradam sinestesicamente: pela visão (o colorido calidoscópico com sabor de infância); pelo cheiro de cera perfumada; pelo som dos lápis em contato uns com os outros, fazendo tilin-tlim (dá uma boa percussão); enfim, pelo tato, quando os tocamos para criar, rabiscar ou simplesmente pelo prazer de tê-los à mão.
(Imagem retirada de www.fotolog.com/11mas1)

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Beijo cego

Apesar do título do blog, também publicarei aqui contos, crônicas e o que mais der na telha. Aí vai um conto que, assim como o desenho do macaco, também foi feito quando eu ainda morava em VR:

Embora tivesse boas vistas, Natália sentia o mundo muito mais pelo tato. Aquela mulher, por exemplo, que via recolhendo algas na beira da praia. Por quê ela fazia aquilo? Mas se pudesse tocar as algas, ela saberia o motivo.
Era como se seus sensores nervosos da pele a conectasse diretamente com a vida, dando-lhe todas as respostas necessárias e um prazer imensurável.
Seus dedos eram seus verdadeiros olhos. Ao deslizá-los sobre uma superfície epitelial, podia sentir cada célula, cada pêlo, nervuras, o relevo de uma pinta...
As fotografias, que são o encanto de todos, nada significavam para ela, já que exigiam muito mais da visão.
Às apalpadelas, seus dedos tiravam das coisas o sabor que as papilas gustativas experimentam ao ter contato com um sorvete.
O contorno de tudo só existia quando tocado, pois quando olhado não passava de neblina e fumaça.
Natália adorava a abóbada celeste quando escura, mas não podia tocá-la. Por isso deu um beijo cego na noite, aspirando as estrelas, que, ao paladar, se assemelhavam a carambolas fatiadas emitindo luz.
Assim, passou a exercitar também a gustação.

domingo, 20 de maio de 2007

Macaco



Fiz esse desenho no Corel Draw já faz um tempo, quando ainda morava em Volta Redonda...

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Hoje foi um dia tão fascinante que tenho medo de escrever sobre ele aqui e "a carruagem virar abóbora". Pois, se virar, tive um dia feliz na minha vida. Bem, desde que me mudei pra Vitória, há quase um ano e meio, nunca tinha me sentido entre amigos, deliciosa sensação que aconteceu hoje! E o melhor é que sei onde encontrá-los sempre! Deixe-me esclarecer: fui simplesmente participar de um seminário interensantíssimo e no meio de uma das palestras que não estava tão boa, a apresentadora nervosa e tudo, saí para comprar papel avulso para servir de rascunho, pois minhas folhas para anotações estavam acabando (quando escrevo com pressa minha letras ficam do tamanho de um hipopótamo cada uma!), só que a papelaria era num outro prédio, também do curso de artes, mas onde estava havendo uma exposição dessas em que o público pode intaragir com as obras, tocando-as e mudando seus componentes móveis de posição. Aí me interessei por duas obras de fotografia - com essas não era possível interagir além do que se interage com uma obra como as tradicionais - e as duas eram 7 reais. Todas as outras obras expostas eram 7 reais, achei que fosse algo padrão, algo combinado entre os alunos, sei lá, mas depois fui perguntar e descobri que as etiquetinhas com o escrito "7,00" era a obra de uma outra aluna (achei bem criativo, para falar a verdade!) Nisso que fui perguntar sobre as obras, perguntei foi para a galera que estava na sala do DA , e aí logo já rolou uma interação que eu nunca havia visto rolar aqui em Vitória, uma intereção entre eu e as outras pessoas, e isso é tão bom e tão gostoso e tão comum no estado do Rio, e aqui eu já estava quase surtando por não conseguir me relacionar com ninguém, enfim... Voltei para a palestra, tinha acabado a da mulher nervosa e ia começar outra, que não lembro sobre o que foi, mas tenho minhas anotações ali, todas bonitinhas (é que anotei coisa demais hoje!). A palestra que então começou foi muito boa e entre seu fim e a próxima palestra teria 3 horas de intervalo, no qual eu não tinha nada programado para fazer, a princípio ficaria "coçando", olhando para as paredes se não conseguisse me concentrar em meus livros... então o que fiz? Comi uma "fast food", voltei para o DA e me diverti muito com as pessoas lá... enfim, foi isso. Se você acha pouco, é porque não sabe o que é ficar um ano e meio exilado numa terra de antissolidários e arrogantes...

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Começando com um desabafo

Acho que o nome do blog diz tudo, né? Estou aqui para publicar minhas resenhas, crônicas e desabafos (azar de quem os ler, hehe). Já que ninguém quer me publicar mesmo... tenho escrito muito, terminei um livro de poesias e tenho 3 romances começados, um deles quase acabado, mas ninguém quer publicá-los. Ou seja, sou uma escritora fracassada, pois foi justamente isso o que sempre quis ser: uma escritora. E sou. Mas ninguém sabe que eu existo (sim, tenho ascendente em leão, necessito ser reconhecida pela minha competência, que eu sei que eu tenho!) Aliás, sempre me disseram que tenho talento e competência, o que falta então? Pessoas que se preocupem menos com futebol e mais com literatura? É, talvez seja isso... Já vou logo avisando que não manjo muito de blog, só sei fazer as operações mais simples, por isso, vocês vão ter que se contentar com a simplicidade. Aliás, simplicidade é tudo! Não querem que eu encha a minha tela de paetês, né, gente? Nada contra o homossexualismo! (Além de mendigar editoras para os livros também mendiguei revistas para minhas crônicas e tudo deu em nada! Triste!)